Fui feito para trabalhar / I was made to Work.

Ao entrar na minha terceira semana de quarentena, entendo mais do que nunca que nasci para trabalhar. Sim, é bom ter algum tempo livre e não ter nada para fazer. Mas é bom só por um curto espaço de tempo. Estar a trabalhar faz com que o tempo de descanso valha a pena, por isso preciso de trabalhar para apreciar o tempo de descanso.

Desde o primeiro dia de quarentena, que me mantenho fiel a uma agenda sem televisão, séries ou filmes durante o dia. Em vez disso, eu leio, escrevo, estou com a família e faço alguns exercícios para manter a forma. Isto tem sido ótimo, pois tenho conseguido comer de uma forma mais saudável, dormir mais cedo e até perder algum peso, contribuindo para um sistema imunitário mais forte do que na pré-quarentena.

Tenho Rezado a Deus e dito que te amo, mais vezes, aos meus queridos amigos e família. Tenho ouvido música e faço a minha parte na partilha de notícias e de opiniões positivas nas plataformas sociais. Certifiquei-me de que não ia perder tempo para sentir pena de mim mesmo ou de pensar em cenários do Dia do Juízo Final ou mesmo se eu próprio estaria com o coronavírus. Não, não há tempo para isso, têm sido, na maioria das vezes, uns dias ocupados e preenchidos de uma forma positiva.

Mas sinto falta do trabalho. Fui feito para produzir. Fui feito para interagir com pessoas, a negociar, a discutir, a viajar, a comer e a beber com os outros. Fui obrigado a ter dias bons e dias maus para amar e às vezes até sentir ódio por um tempo até que o perdão vencesse. Fui feito para conhecer novas pessoas – no mundo virtual, abraçar velhos amigos – no mundo virtual, experimentar coisas novas, provar novos alimentos e beber novas cervejas.

No tempo da pré-quarentena fui feito para produzir e consumir e fazer parte de um mundo produtivo global. Fui feito para contribuir e fazer parte de coisas boas e às vezes de iniciativas que falharam, mas sempre confiante na hipótese de sucesso.

Não fui feito para dormir até tarde, ficar em casa, ter medo ou temer o futuro. Fui feito para ser uma luz no escuro e não uma agulha num palheiro. Fui feito mais como uma formiga trabalhadora ou uma abelha ocupada e menos como uma sanguessuga ou um carrapato. Adoro trabalhar, assim como uma bailarina gosta de dançar ou um cantor gosta de cantar, o meu trabalho é um privilégio e o resultado é uma bênção.

Este é agora um momento para eu descansar e ganhar força, tal como um atleta treina e espera pela sua oportunidade de quebrar recordes e barreiras no momento certo. Sou como uma fisga ou um foguetão antes de serem lançados, cheios de tensão, poder, energia e atitude. Agora descanso para deixar o mundo sarar, para deixar que os outros trabalhem e não ser motivo de um trabalho desnecessário. Agora descanso para garantir que todos podemos trabalhar um dia, para um futuro melhor e construir os nossos sonhos. Agora descanso para permitir que todos os outros possam usar os seus talentos e dons no nosso mundo pós-corona.

É tempo para descansar, e é por enquanto, este o meu trabalho. Vou fazê-lo bem até que seja mais uma vez tempo para trabalhar e viver a minha vida como anseio fazer. Fui feito para trabalhar e trabalhar eu devo.

English Version

As I now enter my third week of quarantine, I understand more than ever that I was born to work. Yes, it’s nice to have some free time and have nothing to do …. But it’s nice just for a while. Worktime makes downtime worth it, so I need the worktime to love the downtime.

From day one of quarantine, I kept to a schedule of no daytime TV, series or movies. Rather, I would read, write, spend time with family and do some basic fitness workouts for the physical side. This has been great as I have managed to eat healthier, sleep earlier and even lose some weight all contributing to a stronger immune system than pre-quarantine. I have prayed to God and said I love you to my dearest friends and family more often. I have listened to music and done my part in sharing good, positive news or views on social platforms. I made sure that I had no time for feeling sorry for myself or thinking of Doomsday scenarios or even if I might have the coronavirus myself. No, no time for that, it’s been a busy positive time for most of the time.

But I miss work. I was made to produce. I was made to interact with people, to negotiate, argue, travel and eat and drink with others. I was made to have good days and bad days to love and sometimes even feel hate for a while until forgiveness wins over. I was made to meet new people – in the virtual world, hug old friends – in the virtual world, experience new things, taste new foods and drink new brews.

Pre quarantine days I was made to produce and consume and be part of a global productive world. I was made to contribute and be part of good things and sometimes of initiatives that fail, but always believing in a chance of succes

I was not made to sleep late, stay home, be afraid or fear the future. I was made to be a light in the dark and not a needle in a haystack. I was made more like a working ant or a busy bee and less like a leach or a tick. I love to work, just as a dancer loves to dance or a singer loves to sing, my work is a privilege and its outcome is its blessing.

This is now a time for me to rest and build up strength just as an athlete trains and waits for his opportunity to break records and barriers when the time is right. I am like a sling or a rocket ship before they are launched, full of tension, power, energy and promise. I now rest to let the world heal, to let others work and not be the cause of unneeded work. I now rest to make sure we can all one day work for a better future and build our dreams. I now rest to allow all others to be able to use their talents and gifts in our post corona world.

It’s time to rest for now, this being my work for now. I will do it well until it’s once more time to work and live my life as I long to do. I was made to work and work I shall…

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